Quando ele me confirmou que estava apaixonado por outra, eu fui à casa de banho, fechei a porta e pus os braços contra ela como se estivesse a assegurar-me que ninguém entrava.
Os acontecimentos que sucederam a esse momento na casa de banho, comigo a respirar fundo e a querer ser mulherzinha, foram muitos e rápidos mas resume-se a isto:
Vou-me afastar, disse-lhe eu a ele.
E pronto.
Acabou-se esta parvoíce de gastar boas musicas com esta história, que vergonha, que vergonha.
Apaguei as suas mensagens do meu telemovel, pus o seu sobrenome na lista de contactos, tirei-o da minha lista mental de coisas boas, lavei a cara e pensei: talvez fosse melhor arranjar um bocadinho de tempo para verter uma lagrimita.
Acho que o final de um flirt deve terminar com uma lagrimita e depois um sorriso e um sacudir de cabeça para espantar a tristeza.
Mas só hoje, ao dobrar a esquina para o portão do meu quintal, senti os olhos quentes.
As árvores do meu quintal, todas com os olhos postos em mim, meu deus como eu tinha vontade de estar com as minhas árvores, e elas, agitadas, faziam-me festas e diziam: ai miuda mas porque é que tu te esqueces de quem és?
E aí eu verti uma lagrimita.
Entretanto, eu fui a casa buscar os tais lençois de casal.
Pois bem, a minha mãe enganou-se.
Procurei-os em todo o lado...
Voltas e voltas e confirma-se: eu tenho é lençois de solteira.
Mas trouxe ervas e fruta e força e quando ia a sair do quintal eu voltei-me para as minhas amigas árvores e disse:
- De facto, ele era um idiota de merda.
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