A frase não é minha, mas é isso mesmo que eu penso quando chega o serão e eu dou por mim a morrer de saudade, como uma personagem de um fado daqueles que dão no programa Alma Lusa, que passa na Antena 1.
Os meus tempos de durona duraram exactamente 23 dias (com alguns dias intercalados em que eu apenas fingia, mas fingia tão bem que até a mim me enganava) e volto agora à minha condição de carente.
Por um lado, há um certo alívio, como quando contamos a verdade a alguém.
Porque a verdade não é o contrário da mentira, a verdade tem a ver com revelação.
Claro está que eu adoraria revelar muita coisa, e cobrir outras com mantas cheias de floreados, que eu sempre adorei inventar histórias.
[Todas as flores que a minha avó cuidava estavam sempre viçosas.
Todas.
Eu estou a tentar que uma violeta africana sobreviva na minha cozinha e que uma batata doce metida em água dê aquelas folhas luxuriantes que tanto gosto.
Quando a minha avó já tinha muitas dores, a minha mãe chegava-se junto a ela e falava-lhe de flores e ela aliviava um pouco.]
Dei-me conta de que ele não estava cá em casa (e nem ia estar mais) numa terça à noite, a fazer xixi. Olhei para a janela e entendi.
Pronto, agora vou lidar com isso da melhor (e única) maneira que sei: deixar o tempo passar.
Vou decorar a letra daquela musica popular do Brasil, que se chama a saudade mata a gente, canta-la às vezes ao longo do dia, encher uma manta de flores e cobrir esta história.
E porque a manteiga não deve estar ao sol, que se estraga, vou pegar nela e coloca-la num lugar fresco e seco.
Nota: quanto ao título deste post, o melhor é ver: http://www.fotolog.com/bonjourtristesse
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