quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A monstra precisa de amigos porque a sinceridade é sobrevalorizada



Recordaram na RADAR que o album dos Ornatos faz 10 anos.
Fui ouvi-lo.

Ando bem mais rock que folk embora a noite passada tenha sonhado com gatinhos (sonhei que andava um gatinho nas traseiras do meu quarto que eu teria que adoptar - e seríamos felizes os dois a ver televisão ou a costurar - e depois acordei a sentir lambidelas nos meus dedos que pensei que fossem da Jonas mas a Jonas continuou no quintal e eu já não moro no quintal - este sonho deu-me logo em que pensar durante uma boa meia hora).

Num devaneio de domingo à noite, mandei-lhe um mail cheio de desabafos íntimos sobre os meus problemas em que terminava com uns belos paragrafos melolíricos acerca das minhas questões com ele e com a nossa relação.

E na segunda de manhã, as coisas pareciam bem menos sombrias na minha cabeça, já que na noite anterior tinha pegado na minha escuridão e, embrulhando-a num cocktail molotov em forma de mail, mandei-a com toda a força para cima dele, acertando-lhe em cheio.


E quem sou eu para te ensinar agora

A ver o lado claro de um dia mau




Não sou flor que se cheire.
Mas claro que agora estou triste.



Eu sei
A tua vida foi

Marcada pela dor de não saber aonde dói




Já tive que estragar tudo.
E agora não sei bem que fazer.



Mas para quê gastar o meu tempo
A ver se aperto a tua mão



Houve alguma precipitação da minha parte.
Esta coisa de abrir o coração nem sempre funciona.



O que eu quis mostrar ao mundo
Era tão forte e tão profundo
Eu quase me afoguei na emoção




Voltei ao que sempre fui.
Tenho algum medo do que possa acontecer.



Eu fui tão mau para mim
Eu fui tão pouco para nós

Bem que o meu pai quase me avisou



Começo agora a medir o trauma futuro.
Não tarda vou dizer que "a culpa foi minha".



Pra viver
E gostar
De gostar

De viver
Pra fugir
Pra mostrar

Pra dizer
Pra ter paz
Pra dormir
Pra fingir acordar

Para ser

Derramar

Para nunca mais tentar
Mentir

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