quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Web. 2.0, a minha reputação digital e a dracma perdida


Pois é.

É ele.

Parecia um livro, ou filme, ou mesmo um videoclip dos bons, pelo menos na minha cabeça parecia, quando eu me aproximei do sítio onde o tinha visto há dias e comecei a abrandar para ver se ele ainda lá estava.
Não tive que procurar muito quando o vi, o meu botão.

Apanhei-o e olhei bem para ele.
Comecei a rir.

Depois levei-o fechado na minha mão e fui sempre a rir até ao trabalho.

Na verdade, nem atribuí nenhum simbolismo a esta historieta até ao final do dia, quando contei a um amigo que tinha encontrado o botão perdido e ele me resmungou: boa, então a ver se agora vais aí apanhar os outros botões que andam perdidos, numa alusão ao catalão e às coisas boas da vida em geral.

Só não lhe dei um estalo na cara ali mesmo porque ele é meu amigo, mas ele já devia saber que isso de se dizerem verdades aos amigos já foi chão que deu uvas, toda a gente sabe que, a bem do bom funcionamento da amizade, o melhor é dizer aquilo que o nosso interlocutor quer ouvir.

E eu queria ouvir: mas essa história do botão é a mais maravilhosa que ouvi nos últimos tempos, atribuíste-lhe algum simbolismo?
E eu responderia que não, que isso é só um botão qualquer que ficou dias a fio no chão, a ser pisado pelos transeuntes e atropelado pelos ciclistas que frequentam o jardim, à minha espera virado para baixo, para eu o reencontrar, como uma surpresa boa, como nos filmes em que parece que a personagem principal está morta mas depois abre os olhos muito de repente, foi só isso, só um botão que mais parece aquele sonho que eu tinha nas férias de verão, quando vinha uma onda grande e trazia centenas de brinquedos de praia, todos para mim, e agora o botão está no meu bolso, mas não tem qualquer simbologia, que eu só digo a mim mesma aquilo que eu quero ouvir.

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