sábado, 10 de dezembro de 2011

Livin' la vida loca

 1.
Aqui há uns meses atrás, estávamos ainda no eterno Verão de 2011, eu fingi que não dei por ele, encostado à ombreira da porta, a olhar para mim através do vidro. Ali estava, parado e fixo em mim, a fazer inchar a minha vaidade mas ao mesmo tempo a deixar-me sem saber o que fazer.
Decidi beber o café devagar em vez de o beber à pressa, até porque eu gosto que alimentem a minha auto-estima, como as pessoas simpáticas que regam as plantas na casa do amigo que está em viagem.

Os dias foram passando e de tempos a tempos ele aparecia e abordava-me de uma forma esquisita.
Claro que o meu fraco e perturbado discernimento para estas coisas das aproximações entre homens e mulheres fazia com que eu lhe desse conversa suficiente para ele achar que me podia convidar para coisas e sítios.
E claro está também que eu sabia que não queria nada com ele - e aqui o meu discernimento já é mais apurado para perceber rapidamente quando não vai dar.
Contudo: como posso eu recusar quem me rega as plantas quando estou longe de casa?

O tempo e as coisas da vida  tornaram esta situação uma pequena anedota entre amigos, que eu floreei com a minha imaginação e que às vezes eu contava para desanuviar ambientes.
Pois eu decidi que em Dezembro eu ia serenar a minha raiva e deixar de me queixar de tudo, de nada e do que está no meio disso, falando antes de coisas com piada, simultaneamente construtivas e distractivas, que forneçam um tema de conversa animada para vários minutos.

 2.
Volto há cerca de 3 anos atrás, quando tive um crush muito confuso por um rapaz que afinal não tinha (não tem e nunca há-de ter) interesse algum por mim.
A história deste crush acabou comigo, no final do que eu achava que estava a ser um date, a dar boleia a ele e a uma rapariga que mais tarde vim a saber ser sua amante, deixa-los numa festa e voltar para casa convencida que estava tudo a concorrer para eu ter um caso qualquer com ele.
Também este caso se tornou numa anedota entre amigos.

3.
A serenidade deste meu Dezembro foi enriquecida com a graça de encontrar à minha frente estas duas personagens numa mesma noite.
Não havia nenhuma ombreira a que o primeiro não se encostasse para fixar alguma rapariga para seguidamente a abordar de forma esquisita mas eficaz, já que ele ficava à conversa com elas durante tempo o suficiente para as convidar para coisas e sítios.
E o segundo utilizou-me para chegar até uma rapariga que estava comigo, ficando depois a tentar engata-la de uma forma assustadoramente obcecada e intensa, mostrando-me a mim os sinais que eu não vi à altura em que o conheci.

Eu observava tudo o que já sabia mas mesmo assim fiquei a olhar para ver o que acontecia.
Perguntei a mim mesma o que era este incomodo que estava a sentir?
Ciúmes por não ser a mais pretendida da festa?
Inveja?
Ressabiamento?


Sim, claro que tudo isso.
Mas também medo.
Eu continuo a acreditar em qualquer idiota que me faça a corte (ou que me pareça que está a fazer a corte). Sou tão ingénua como quando tinha 15 anos.
E se eles sabem?
E se eles descobrem que eu acredito em tudo?

Divertida e num passo dançante, deixei aquele espectáculo serenamente, peguei em mim e regressei a minha casa para regar eu própria as minhas plantas.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Vocês não são responsáveis pela minha solidão

No dia em que a gata Alice morreu atropelada, a família estava na praia e tudo parecia bem.
Diz que as pílulas que ela andava a tomar lhe estavam a provocar alterações de comportamento, fazendo com que ela fugisse como uma desvairada para a estrada onde teve lugar o trágico acidente.
Para evitar que os cães cheirassem o seu cadáver, e se desse o caso desagradável de desenterrarem a gatinha, a minha tia colocou uma pedra de mármore e uns troncos por cima do sítio onde cavou um buraco para pôr a pobrezinha.

Quando cheguei ao trabalho, a muitos quilometros do mato onde jaz a gata Alice, o meu cão de guarda interior rosnava a quem me ousava falar.
Como um daqueles bêbados das festas que gostam mesmo é de porrada, eu ia tentando armar confusão, a ver se surgia uma oportunidade para eu poder soltar o meu guardião.
Dei por mim literalmente a ladrar, deixando alguns colegas de trabalho extasiados com o meu talento para rottweiler.

Começaram a ficar preocupados quando perceberam que o meu cão de guarda não me abandonava nunca e senti uma certa atrapalhação da parte deles, e novamente os risos nervoso que costumam aparecer quando explico que não quero fazer nada que implique ter vontade de viver.

Na verdade, da mesma forma que, na maior parte do tempo, eu fico nervosa e sem saber como me colocar no mundo, as pessoas parecem não saber como se comportar comigo.
Talvez seja com medo que eu solte o meu anjo canino.

De facto, em muitas das horas do meu dia, eu detesto toda a gente, especialmente as pessoas que parecem que sabem o que estão a fazer, que são tão felizes que nem notam, que se descaem a dizer-me coisas que se passam nas suas vidas que provam que está tudo ok com elas, enquanto me tentavam enganar com os seus problemas.

Na noite anterior à violenta morte da gata Alice, eu subia umas escadas rolantes a olhar para cima e tentava perceber como é que eu tinha chegado até aquele momento de completo isolamento.
Todos me dizem que fui eu (e enumeram coisas que faço erradas) que me coloquei nesta ilha.

Nesta ilha com o meu cão.
Ão. Ão.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

"Pequenas contrariedades da existência"

A conversa começou um bocadinho envergonhada mas num tom amistoso.
Entretanto ele disse que tinha feito Bacalhau à Braz, como eu o tinha ensinado.
Eu parei o que estava a fazer e olhei para ele.
Por momentos, houve uma doçura qualquer no ar e eu fiquei novamente na dúvida se afinal tínhamos mesmo acabado ou ainda não.
Quis saber como ele estava, como ia o seu grave problema familiar, ele foi-me dando más notícias, senti aquele meu impulso de "apoiar" a crescer mas contive-me.
Foi quando ele voltou à cozinha.

- Mas eu demolhei o bacalhau, disse ele.

- Pois.

Acabamos, definitivamente.
Ainda bem.

Ele começou a dizer que este Verão ia a Praga e outras capitais europeias e depois a Barcelona, onde "só ia ficar uma semana".
Comecei a sentir náuseas e depois inveja e por fim ódio.
Fiquei naquela disposição onde todos os seres humanos são insuportáveis, com as suas vidas cheias de interesse, de coisas a fazer e sítios a ir.
Quando este vento nordeste do mal faz levantar o vestido que esconde o pior sítio de mim, eu tento não falar com ninguém e quanto mais tento, mais falo e digo coisas malignas, ferozes e afiadas como espadas fininhas, que espetam mesmo onde dói.
Fico com muita vontade de atacar, ferir de morte o coração e a paz de alguém é a única forma de acalmar esta fúria.

Mas porquê é que ele tinha que dizer que demolhou o bacalhau?
Que coisa mais primeiro mundista.
E dizer que ia ficar "só" uma semana em Barcelona.

Quero que pegues no bacalhau a demolhar e te juntes num longo jantar a pessoas como tu.
A falar sobre antropologia.
Em Praga.
E Barcelona.
Mas só uma semana.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Quinta-feira da Ascensão: somewhere there’s a room for each of us to grow.

- E pensavas que ias estar assim aos 30?
- Acho que ainda não estamos alcoolizadas o suficiente para essa conversa.

Calamo-nos todos.
Já tinham passado algumas horas de casamento, aguardávamos a carne de javali e não restava muito assunto.
O sol punha-se na serra lá ao fundo, no final das mesas.

Esqueci-me de calçar as sandálias douradas de casamento, altas e desconfortáveis e estava confortavelmente calçada com umas outras malcheirosas e largueironas, a fazer uma figura como se eu fosse freak.
As colegas que estavam comigo tinham dado conta mas não disseram nada, porque devem ter achado que foi de propósito.

Depois veio a conversa da idade e mal eu disse aquilo de não estarmos alcoolizados, vi que não era bem o tipo de piada que ia fazer alguém rir.
Ia preparada para ser a mais desgraçada mas não sei se foi porque elas estavam com sapatos desconfortáveis e, por isso, a sofrer mais, mas pareceram-me tão frágeis e vulneráveis quanto eu.
Talvez menos espirituosas.

Passou mais um casamento, foi de amor, isso é bonito.
E agora e sempre este país, aqui à minha frente, aqui à frente de todos nós, como um problema por resolver todas as manhãs quando acordamos, como um país pobre que se acode a vender autocolantes no final da missa, como a casa dos pobres sem o desafogo que o dinheiro traz, aqui à minha frente, eu a olhar para ele como um transtorno psicológico, e uma sensação de que não vivo aqui mas ali, ali num sítio de onde vejo este país ao longe, notícias e opiniões, não estou suficientemente alcoolizada para estas conversas.

Quinta feira de Ascensão e às 15h Jesus sobe aos céus e apanhamos a espiga - o mais difícil é arranjar as espigas e também que as papoilas aguentem o caminho. Os malmequeres é muito fácil, arranjam-se bem.
Telefona-me a minha mãe, muito contente porque consegui insultar o Jorge Lacão na feira.
É feriado na minha terra.


Não falamos mais sobre ter 30 anos.
Isso afinal interessa a quem, interessa porquê?
Enquanto falo sobre isso passa a minha flor da idade e eu sem furar as orelhas.

sábado, 7 de maio de 2011

O vestido pode ser verde esmeralda, azul petróleo e rosa velho, tudo junto.

Depois de todas as divisões da minha casa ficarem inaptas para habitar, o meu pedreiro, sol das minhas manhãs, percorreu com o olhar a obra por fazer e disse-me, com ar grave e sotaque nordestino:
-Estou preocupado consigo Madalena.

Pois.

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A minha avó vem ter comigo em sonhos e numa dessas noites venturosas fomos as duas, eu com o meu braço encaixado no cotovelo dela, e ela com o seu casaco de malha azul escuro, passear num centro comercial cheio de luzes de todas as cores.
Ia mais gente connosco mas nós as duas ficamos para trás porque tínhamos uma loja onde ir: era uma loja enorme, que só vendia fatos para borboletas.
Ela ia ajudar-me a escolher um vestido para mim.
Mexia neles e fazia o seu julgamento.
Quanto mais diferentes e afirmativos melhor.
Mas ela gostava de quase todos.

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Sentado para trás, com um ar magoado, mas com um sofrimento autocentrado, ele repetiu palavra por palavra o que um outro e um outro e ainda um outro me disseram, exactamente no mesmo contexto.
Num contexto de fim.
E então a situação tornou-se ligeiramente anedótica, e eu quase descontraí, porque ele começava uma frase e eu, como sabia o que ele ia dizer, terminava, como se estivesse num concurso qualquer.
Por exemplo, ele dizia:
- É como se houvessem várias Madalenas....
E eu...
- ... e tu nunca sabes qual vais encontrar.

Ele surpreendeu-se tanto por eu saber o que ele ia dizer como pelo meu entusiasmo infantil neste jogo sórdido.
Mas depois entristeci.
Isto vai doer quando o músculo arrefecer da pancada.
(Talvez nessa altura eu já tenha a minha casa de volta e possa sofrer na totalidade do meu sofá e fazendo pleno uso da minha cozinha)

Entretanto ele fez um ar acusador e perguntou-me se eu não entendia que tinha alguém que gostava mesmo de mim e que isso quase ninguém tinha. Eu devia dar o valor.
Essa frase eu não consegui acabar.

O músculo começou a arrefecer e ele resolveu desistir de mim e disse-o.
E quando me vi sozinha pensei que há uma forte possibilidade de eu não saber tomar decisões nem fazer escolhas acertadas para viver feliz.
Por momentos que ainda duram, passou-me pela cabeça que sim, que a felicidade é fruto das nossas escolhas.

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De maneira que é isto: de que me vale ter um vestido feito para borboletas se não terei oportunidade para o usar?

sexta-feira, 25 de março de 2011

"Dá-me uma coisa que não morra"

eu: eu não consigo
10:51 eu continuo a sofrer com esta fragilidade toda
  fragilidade de vinculo
 outro: eu também
 eu: continuo a querer qualquer coisa que não morra
  e eu sou religiosa, portanto tenho uma crença no absoluto
10:52 isto tudo baralha-me
10:53 desculpa
  estou muito drama hoje
 outro: eu tou mais
  cheira-me
10:54 eu: eu sei que habitamos uma espécie de fronteira
  entre coisas que vemos e coisas que não vemos
  coisas que sabemos e coisas que não sabemos
 outro: yap
10:55 eu: mas tenho dificuldades em descontrair
  em viver
  há coisas, livros ou campos verdes, é como
10:56  uma verdade descarada à nossa frente
  parece que nos vem provocar
  como o demónio 


 
 

sábado, 5 de fevereiro de 2011

I miss the kisses and I miss the bites.


Deu Red House Painters, Bon Iver, Jeff Buckley a cantar Bob Dylan, deu ainda Mazzy Star e Yo la tengo... enfim, deu esses clichés todos, até começar Marvin Gaye.
Eu fingi que não era importante.

A meio, quando ele falava não faço ideia do quê, eu permiti-me observar.
A forma da cara quando coça o queixo, a boca, os olhos, as sobrancelhas, a pele corada, as pestanas não deu para ver porque não tinha luz suficiente.
A conversa voltou a interessar-me quando se falou de nudez e pensei em coisas.

Fala-me de grandes lagos e de coisas que existem noutros países, de rituais africanos, de milho e azeitonas, de amigos com esgotamentos e de escritórios, de jogos de linguagem, de café e tabaco, o seu entusiasmo pela vida deixa-me num estado de encantamento.
Fico com vontade de argumentar contra mim, explicar-lhe tudo o que eu tenho de errado, através de narrativas dramáticas da minha vida, organizadas como se fosse uma dissertação mas com piadas pelo meio.
Mas, em vez disso, dou por mim a gostar de conversar sobre coisas da vida, coisas grandes e coisitas pequenas.
Eu própria começo a achar que está tudo perfeito.

E quando, horas mais tarde, acho que devo dizer alguma coisa sobre esta relação platónica, digo:
- Quando te vais embora, fico com saudades tuas.
 E o que podia ser um momento romântico, é uma grande confusão de linguagem, saudades é uma expressão demasiado forte, o ir embora tem uma carga internacional, a construção verbal só desajuda, eu tento explicar mas enquanto o faço, deixou de poder ser um "momento harvest moon" e passou a ser só mais uma coisa confusa que eu disse.

As minhas pernas dobradas no sofá, não está tanto frio como tem estado, mas mantenho-me protegida debaixo de uma manta, dentro de uma bolha desesperada, a tentar verbalizar o medo que tenho de relações.
A minha cabeça a mil à hora, a tentar encontrar uma maneira simples de dizer as coisas, entretanto como tenho medo de ficar calada, continuo a dizer parvoíces pouco claras e depois ele foi embora, está tudo bem, há compreensão, entendimento, não há pressão mas o céu está cheio de estrelas, volto para casa a cantar o Não há estrelas do céu e sento-me na minha cozinha, derrotada, a olhar para o meu tecto que está a cair, como uma chuva de sapos, ainda vai cair mais, fico ali sentada quase no escuro a olhar para aquele acidente, aquele sinal divino, o meu drama doméstico ali desenhado no estuque,
 o melhor é eu nem lhe tentar explicar mais nada, o tecto fala por si, eu já lhe disse que achava estranho o estuque ter caído poucas horas depois de ele ter estado sentado lá debaixo a dizer-me coisas importantes, ele concordou comigo e acrescentou que pode ser mau sinal e eu ri-me quando ele disse isso.

Se ele tivesse dito que era bom sinal, eu tinha rido na mesma.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ao menos, quando o carro subiu para o reboque, a sopa não se entornou muito

No dia 11 do 1 de 2011, fiz 30 anos.
Acordei e voltei a adormecer, porque achei que, como fazia anos, ninguém me ia dizer nada por chegar atrasada.
Não tomei banho porque tinha tomado no dia anterior.
Vesti-me de castanho e verde seco, cores de outono. Não ia mal mas também estava longe de ser um devaneio visual.
Escolhi uma das melhores fatias do pão para torrar e depois fui de carro. Não cheguei muito tarde.
Estava bem disposta mas tinha algum receio porque me iam dar os parabéns mas correu tudo bem e eu nem fiquei muito em pânico.

Trabalhei muito, fui muito produtiva.
Vi depois no telemovel e no Facebook mensagens de parabéns, demonstrações de afecto, que já tinham começado na noite anterior. Muita gente me deu o seu testemunho acerca de ter 30 anos. Diz que é mesmo espectacular, só coisas boas, muito melhor que a "pasmaceira" dos 20.

Fui ficando progressivamente mais bem disposta.
Veio a hora de almoço e as minhas amigas surpreenderam-me com umas galochas com laços azuis e verdes. Fui almoçar com uma amiga. Vimos umas senhoras a zangarem-se literalmente no meio da rua mas entramos no nosso café antes de vermos se chegaram a vias de facto.
Comemos filetes e arroz de grelos e ainda pedi sopa mas era mesmo muita comida e não a comi toda. 
Partilhamos um pudim.

A seguir fui conhecer o lar da minha companhia do almoço e gostei muito. Mora no Nº 11, ou então pôs lá a placa só porque era o meu dia de anos, não sei, ela não não me quis dizer.
Descontraí e fiz uma grande hora de almoço.
Estava um dia muito agradável, ameno e quase cheiroso. 
Conversamos e rimos até ao trabalho,

De tarde, fui menos produtiva e respondi à gentileza de quem me tinha enviado os parabéns.
A vida era maravilhosa e ficou ainda melhor porque me oferecerem um CD de bom forró, que pus logo a tocar.

Depois fiz-me ao caminho de casa.
Tive medo porque ia bem disposta mas podia correr tudo mal.
Estava algum trânsito, eu tinha algumas bolachas para comer mas o meu estômago estava tão confortado como o meu coração, mas cabe sempre mais um bocadinho de amor, de modo que comi duas.
Quando cortei para a minha saída da autoestrada, começou a dar o harvest moon e eu comecei a sorrir de uma forma muito estranha, assim parecia que ia rebentar mas não abria a boca nem mostrava os dentes, cerrei os lábios e sorri a musica toda.

No quintal um intervalo de boa disposição. Correu tudo bem, à parte da discussão sobre os bifes (penso que o arroz doce também veio à baila) que eu não cheguei a ouvir.

Assim sendo, e posto este sol, decidi que afinal não vou ceder e furar as orelhas.