
Tenho um certo medo dado o desassossego em que vejo o meu coração.
Nas palmas das minhas mãos, ele não pára de tremer.
Senhor, que fostes enviado pelo Pai para salvar os corações atribulados, resgata agora o meu.
Preserva-o da turbulência destes dias tão inesperados, defende-o antes que ele fique irremediavelmente preso.
E se esta tentativa de melodrama não te comove, Senhor, olha bem para mim.
Achas que eu sei lidar com estas arrelias?
Achas que sei ter calma?
Achas?
Achas mesmo?
Olha para mim, olha aqui, olha que tirei o coração e está nas minhas mãos, e tento não o deixar cair enquanto agarro outras coisas.
Pega-lhe tu, Senhor dos corações apoquentados, pega no meu coração, segura-o um bocadinho, só até ao Natal.
Depois eu acho que consigo voltar a colocá-lo no peito.
Agora fica Tu com ele.
Porque se ele continua em meu poder, eu ofereço-o a quem o tocar.
E tenho um certo medo que lhe toquem.
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