quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Eu ia a subir a rua e eras a única pessoa suportável no mundo e isso tem o seu quê de ridículo

Eu vou fazer uma coisa mas vou explicar.

É que eu hoje não estou muito segura, isto é: eu hoje estou trémula neste mundo.
Não, espera, não estou a ser dramática, estou a tentar arranjar uma imagem que descreva o que sinto.

Portanto, é como se o meu andar, um pé posto no chão e depois o outro, nessa cadência instintiva, esteja influenciado pelo tremer do meu corpo.

Não é ansiedade, espera, não é bem isso. É um tremer de medo do que se avizinha que me faz ficar quieta na vida.
Quieta, entendes?

Porque perceber as coisas não as torna mais simples, nem lhes retira a tristeza.

Pois, isso, eu estou triste.

E também fragilizada.

E encolhida.

Se gostasses de mim, eu acho que era melhor.
Mas não gostas.
Tudo bem, hoje não é isso que mais me incomoda - isso faz parte de um todo (o mundo) que me assusta.


Pronto, eu não te vou conseguir explicar.
Nem me apetece.
O problema é que eu sei que podia falar contigo sobre o mundo, sobre tudo, tudo, tudo, tudo.
E ficar calada também.

E isso era bom, eu precisava disso hoje.

Assim, como eu estava a dizer, eu vou fazer uma coisa.
Vou abrir o mail e deixa-lo aberto, enquanto fico quieta, aqui ao lado.
Ele vai ficar aberto mas tu não vais aparecer mas assim é como se me fizesses companhia neste desterro (não te assustes com os meus adjectivos / nomes, sou só eu a procurar imagens).

Fica assim, está bem?
Não me agridas.

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