Pensei em dizer: não venhas, estou demasiado carente.
Se vieres e me perguntares, então tudo bem?, eu vou começar por te falar acerca da minha necessidade imperiosa de fazer um discurso dramático acerca da minha vida antes de qualquer conversa espirituosa.
Digo: preciso de contar tudo, entendes, falar muito.
Sobre histórias de há dois meses, sobre histórias de há duas semanas, sobre hoje à noite ter tido um pesadelo e acordar de barriga para cima com uma hipoglicemia, ir à casa de banho e bater com a cana do nariz no lavatório, ter achado que parti o nariz e ter começado a rir porque estava a ser maricas.
Vou falar uma hora, talvez uma hora e meia, e durante essa palestra, pode acontecer que eu introduza algumas frases, talvez ilustradas com gestos corporais, mostrando subtilmente a minha carência afectiva.
Sempre com vergonha porque podes descobrir que gostava que me ouvisses até ao fim de tudo aquilo que tenho para dizer
Eu não vou querer saber do que possas ter para contar, isso só me pode interessar na medida em que possa pegar nalguma coisa que digas para recomeçar a contar-te como tem sido isto aqui.
Não vou falar sobre ti, aconteceram coisas graves na minha vida e houve mesmo pensamentos que tive que gostava de partilhar sobre, por exemplo, os lenitivos do quotidiano a uma segunda feira.
Assim, porque é isto que sinto e não vale a pena agora florear muito, entre dizer-te que viesses ou dizer-te que não viesses, eu fiquei calada.
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